segunda-feira, 4 de julho de 2011

Crônica de Milho Verde

Crônica de Milho Verde, a desejar




Ontem ainda era, pelo calendário gregoriano, 1º de julho. E era aniversário do dono do bar que frequento (sem trema). E foi lá, nesse bar, que encontrei o Dino Marangoni que me apresentou ao Carlos Magno e ao Xande. Pois bem, se parasse nessa apresentação, não haveria crônica (pensei agora se se trata de uma paixão crônica por Milho Verde ou de uma paixão aguda, e decidi que se trata de uma paixão crônica, pois tem a ver com isso que chamamos de tempo e que, em uma de suas representações a respeito disso, os gregos chamaram de Cronos – aquele deus terrível que devora os próprios filhos; além disso, ao revisar o texto, pensei que paixão é um termo por demais patológico, então prefiro desejo), porém não parou aí, uma vez que, sabe-se lá..., eu fui comentar com o Dino acerca de uma frase que ele me dissera uma vez no Maletta quando eu lhe participara que estava indo viajar para Milho Verde, ele me disse, mais ou menos, o seguinte: “Em Milho Verde tudo o que você desejar acontece.” Acontece que isso já foi há muito tempo, por isso tem a ver com crônica, mas eu decidi não esquecer. E ontem o Dino me pediu que relatasse isso ao Carlos Magno, o qual, por sua vez, perguntou se poderia colocar esse testemunho no blogue dele, ao que eu, prontamente, disse: só se eu o escrever. Daí a crônica, a paixão, o desejo – que como diz Arnaldo Antunes “é o princípio do corpo”. Então cá estou a escrever, sem prever se vou chegar a Milho Verde, mas em rota de colisão com o desejo, pois, de fato, pude comprovar, por um acaso maravilhoso e maravilhante, que em Milho Verde o que você deseja acontece. Passo logo ao relato: estava eu acampado em Milho Verde em frente ao cemitério de uma igreja (e devia ser algum feriado do calendário litúrgico católico – que é o que vige no Brasil, pois passou uma procissão ao lado de minha barraca pela noite), e, pela manhã, eu me levanto com um desejo absurdo de comer biscoito de milho verde (não sei se existe mais esse biscoito, e não me lembro a marca, e nem a mencionaria se dela me lembrasse – pois o que me importa é o desejo e o biscoito e não o capitalismo, quero dizer o capitalismo tenta demandar ao meu desejo, porém eu tento me desviar dessa demanda não dando importância aos rótulos, aos nomes das marcas, pode parecer uma tentativa vã, mas digamos que eu ganhe corpo ao não ser consumido por uma demanda publicitária) e, perambulando pelo cemitério da igreja encontro uma amiga (não vou dizer o nome, mas era, a meu ver, uma excelente atriz do Grupo Oficina Multimédia) que acabara de casar e estava ali em Milho de lua de mel (apesar de que eu acho que isso é só publicidade religiosa, acho que não existe lua de mel), comendo justamente o tal biscoito de milho verde. Enfim, ela me ofereceu um biscoito, e é claro que eu aceitei. Porém isso não termina assim, e é por isso que eu precisava escrever eu mesmo como disse ao Carlos Magno, eu que sou um Carlos menor, eu precisava escrever o meu desejo crônico. Como? Assim: pego o “bis” do biscoito (e deixo o coito a quem queira se fazer de coitado). Pego o “de novo” de uma coisa impossível, um tempo já devorado, e me anuncio ali naquele exato desejo de viver (é o princípio do corpo, lembremos com o Arnaldo), de viver um gosto: aquele do biscoito de milho verde. Estou eu em Milho Verde, e Milho Verde está em mim, inscrito enquanto desejo (tem aquele adágio “cuidado com o que desejas que teu desejo pode se realizar” ao qual a psicanálise acaba nos apaziguando ao dizer que um desejo é irrealizável), ou melhor, inscrito enquanto ato: desejar. Eis Milho Verde: desejar. Desejar o quê? Não sei, nem me importa. Mas, o mais importante, não me exporta, ou melhor, não me expropria de mim. Pois penso, de fato, que enquanto desejo (o verbo, não a coisa impossível) não sou alienado pelo fluxo alucinatório do capitalismo (é, eu chamo de capitalismo mesmo, preciso colocar sobrenome? então lá vai: neoliberal), e digo alucinatório porque há a alucinação de ao consumir desenfreadamente se realizar alguma coisa. Aí alguém poderia dizer: você andou consumindo alguma droga mofada para estar escrevendo com essa verborragia toda, achando que está falando de Milho Verde. Ao que eu poderia dizer que, sim, só fui a Milho Verde uma única vez e já faz quase vinte anos (pelo calendário gregoriano, não nos esqueçamos). Não acompanho o que acontece por lá. Mas, dentro da ótica que no instante utilizo, lá é aqui, aqui só é aqui se for lá, lá é o lugar do desejo que espacializa o tempo (esse que me é expropriado pelo trabalho). Se eu consumi alguma droga mofada (digamos um cogumelo, que é chamado de fungo como o mofo, e que, dizem, alberga os gnomos) ela se chama leitura. Uma leitura diferente da que é ensinada pelas publicidades. Uma leitura para fora das normopatias. Uma leitura que não recua frente ao desconhecido. Qual desconhecido? Qualquer (o que me lembra o nome de um disco do Arnaldo Antunes). Por exemplo, o desconhecido da própria leitura, do próprio ato de desejar, o qual, neste momento, eu assinalei para uma cidade mineira que fica entre São Gonçalo e o Serro. Uma cidade cuja paisagem me faz desejar. Então, arrematando, eu digo como naquela canção dos Doces Bárbaros (“São João, Xangô menino”): “Viva o Milho Verde!”



Carlos Batista, Belo Horizonte, 02/07/2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Programação

2º Festival de Milho Verde de 6 à 9 de janeiro de 2011.


Culinária, Arte, Esporte e Ambiente


Programação

5ª Feira – 06/01/2011


16 h - Oficinas

Culinária

Instrutora - Ana Penna / Chef de Cozinha

Local - Cozinha da Jacira


Música

Som das Enxadas / Instrutor - Babilak Bah

Local - Centro Cultural MV


20 h - ABERTURA

Acompanhamento da tradicional Folia de Reis de Milho Verde



6ª Feira - 07/01/2011

7 h – Tai-Chi-Chuan - Prof. Nirodha

Local - Pousada Sempre Viva

9 h – Siga a Trilha para Cachoeiras do Lageado

Saída do Camping do Nozinho

9 h - Estímulo aos jovens - Copa Jr de Volei

Local - Quadra de Esportes

12 h -Almoço – Pratos típicos com milho verde

15 h –Incentivo ao Cultivo de Milho Verde

Palestrante - Jair Pimenta

Extensionista EMATER - Serro

Local - Centro Cultural de MV

15 h -Campeonato de Tênis - No Rosário

16 h –Oficina de Música - Som das Enxadas

Instrutor - Babilak Bah
17 h -Circo com os palhaços Rafael Riey e Foca - no Largo da Alegria

21 h -Show - Babilak Bah e seu Marimbau
              e poemas do livro CORPOLETRADO

Local - Bambuzinho´s Bar



Sábado 08/01/2011



7 h - Tai-Chi-Chuan – Prof. Nirodha -

Local - Pousada Sempre Viva

9 h - Estímulo aos Jovens - Copa Jr de Volei

Local - Quadra de Esportes

9 h - Minicurso - Bioengenharia Ambiental -

Visita técnica ao Monumento Natural da Várzea do Lajeado e Pico do Raio

Saída do Centro Cultural Milho Verde

15h -Minicurso - Bioengenharia Ambiental -

Engenheiros Luiz Lucena e Cristiane - DEFLOR - BH

Local - Centro Cultural de Milho Verde

15 h - Campeonato de Tênis - No Rosário

16 h - Oficina de Música - Som das Enxadas

Instrutor - Babilak Bah

18 h - Circo com os Palhaços Riey e Foca - na saída para São Gonçalo

21 h -Show - Roda de Viola de Milho Verde

Local: Camping do Nozinho



Domingo – 09/01/2011


7 h – Tai-Chi-Chuan – Prof. Nirodha

Local - Pousada Sempre Viva

8 h –Mountain Bike MV / São Gonçalo

Saída no Rosário

9 h - Final do Campeonato de Voleibol

Local - Quadra de Esportes

10 h -Oficinas no Rosário

Circo – Dino Marangoni

Terra Digital - pintando o mundo com as mãos - Balões de Santos=Dumont

15 h -Estímulo aos jovens - Final da Copa Jr de Tênis

17 h -Circo com os Palhaços Rafael Riey e Foca - no Rosário

20 h -Mostra da oficina de Música
Som das Enxadas - Babilak Bah
21 h -Concurso “Garota Milho Verde”
Prêmio Biojóia
Local - Armazém Bar e Espaço Cultural


22 h - Encerramento - Show HEMISFÉRIO - Elias Matni,
Welinton Souza (Dente) e Banda da Terra
Local - Tenda do Festival

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

2º FESTIVAL DE MILHO VERDE - MG

Em Janeiro de 2011 vem aí o

2º FESTIVAL DE MILHO VERDE - MG

AGUARDEM

quarta-feira, 10 de março de 2010

Receitas da oficina de culinária
Festival de Milho Verde

Risoto com Creme de
Milho Verde

Chefe: Carlos Gleiber




Ingredientes:

 ½ quilo de peito de frango;

 400 gramas de arroz;

 200 gramas de queijo branco ralado;

 1 lingüiça calabresa (tirar a pele);

 100 gramas de bacon;

 300 gramas de milho;

 1 litro de leite;

 1 lata de creme de leite;

 3 cebolas;

 6 dentes de alho;

 Ervas (alecrim, manjericão, noz moscada, sálvia, tomilho, louro e gengibre).



Modo de fazer:



*Cozinhar o peito de frango com parte das ervas e temperos.
Desfie e reserve.
Se tiver carcaça, cozinhar os ossos com mais temperos e ervas.

*Cozinhar o arroz no caldo da carcaça e do peito.

*Creme: Milho Verde ralado ou cozido.
Bata no liquidificador com uma parte do leite.
Reserve.

Refogue o alho, a cebola e as ervas.
Junte a calabresa e o bacon picados em cubos.
Acrescente o frango desfiado e o creme de milho.

Vai hidratando com o os dois copos de leite enquanto cozinha e apura até virar um creme consistente.

Após aproximadamente 1 hora, adicione um pouco do queijo ralado e ½ lata de creme de leite.

Essa mistura adiciona-se ao arroz e acrescenta-se o restante do queijo ralado e do creme de leite, e se precisar, mais um pouco de leite.

Decorar com ervas e queijo ralado.

Servir quente.



Rendimento: 6 porções.
Receitas da oficina de culinária
Festival de Milho Verde
Bolinho de arroz com
Milho Verde

Chefe: Carlos Gleiber




Ingredientes:

 300 gramas de arroz cozido;

 6 ovos – claras em neve

 300 gramas de queijo branco ralado;

 300 gramas de milho verde cozido (pode ser processado);

 1 cebola

 3 dentes de alho;

 Ervas;

 100 gramas de farinha de trigo para dar liga.



Modo de fazer:

Bater na mão todos os ingredientes, as claras em neve por último.
Medida de 1 colher de sopa e fritar em óleo quente.