Conta outra história que um português, cujo sobrenome era Milho Verde, foi o colonizador da região, iniciando por volta de 1600 a povoação de um pequeno arraial que, em sua homenagem, ficou registrado com o nome de Arraial de Milho Verde.
Conforme o Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, uma capela para São José foi erigida no local em 1781, denominando-o então como Arraial de São José do Milho Verde, subordinado a Matriz do Serro. Depois, uma nova Igreja foi construída, a Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres (que permanece até hoje como padroeira deste lugar), denominando em seguida o arraial, como "Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Milho Verde", cuja sede era a Comarca de Santo Antônio do Serro do Frio do Ivituruí – a Vila do Príncipe - hoje cidade de Serro.
Milho Verde teve seu crescimento com a descoberta de diamantes, que eram usados como tentos de jogos pelos habitantes locais, que não tinham conhecimento do valor destas pedras preciosas. A cobiça de colonizadores, que ganhando os jogos, rumaram com verdadeiros tesouros para a Europa, fez com que a região a fosse difundida, aumentando assim sua população com diversos senhores e milhares de escravos que mantinham um garimpo forte .
Nos idos de 1700, foi encontrada no córrego Milho Verde uma grande pedra. Esta pedra foi trocada por um cavalo, com representantes da corte. Depois de lapidada, ainda ficou do tamanho de um ovo de galinha, indo assim, parar na coroa do Rei de Portugal, da época. Esta história ficou registrada nos livros de “Richard Burton” - aventureiro inglês que estava no Brasil e passou pela região à procura das nascentes do Rio São Francisco.
Com um comércio atuante, surgiu pousadas, ranchos de tropas, farmácia, assim Milho Verde teve seu crescimento no período colonial. Tinha também o Quartel Geral, posto onde era fiscalizado toda a produção regional de ouro e diamantes que seguia para os portos do Rio de Janeiro e Paraty, seguindo para Portugal.
Detalhe do Sino da Matriz de NSra dos Prazeres
O povoado foi elevado a distrito pela lei Nº 1475 de 9 de julho de 1868. Após a Libertação dos Escravos e da Proclamação da República, Milho Verde ficou um tanto esquecida no tempo, principalmente pelo difícil acesso, realizado por tropeiros em reminicências da Estrada Real.
E, somente em 17 de dezembro de 1938, pelo decreto-lei Nº 148, foi determinada a mudança de Nossa Senhora dos Prazeres do Milho Verde para, apenas, Milho Verde.
Por volta de 1980, depois de uma visita do cantor Milton Nascimento, que publicou uma foto da Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, na contracapa do seu disco - Caçador de Mim, é que Milho Verde passou a ser mais conhecida, tornando um atrativo turístico, histórico, cultural, ambiental e ecológico.
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